sábado, 26 de julho de 2008

tic...tac...

4h37m da manhã...fecho o livro, finalmente,foi um daqueles que acaba sem um verdadeiro fim à vista, um daqueles "secos"...como um pedaço de pão que custa a engolir.olho em volta, o silêncio é apenas quebrado pelo tic-tac caracteristico de um relógio algures na escuridão e o vento que sopra lá fora. dou por mim a fazer paralelismos entre as personagens do livro e as da minha vida... a forma brusca de certas separações que nos fazem perder alguem para sempre... é com um remorso característico de alguém que disse o que não pretendia e deixou o que queria por dizer que escrevo estas palavras...li algures que as oportunidades são como bolas de sabão, se não as apanhas no momento certo, voam para longe e rebentam, desaparecem para sempre. quantas oportunidades já perdi eu? não posso dar-vos um número, não sei. sei que sinto que já devia ter feito mais do que fiz e não há nada pior na vida que o arrependimento. resta-me levantar a cabeça e olhar em frente... dizem que só custa o primeiro passo, é mentira custa o primeiro e todos os outros, continuamente, até que conseguimos atingir um ponto em que já não há arrependimento, em que já não há remorso. não porque o ultrapassamos mas porque mas porque o esquecemos... como crianças que aprendem um jogo novo e esquecem tudo o que fica para trás...
Paro. O relógio continua algures, quebrando o silêncio com a precisão ritmica do costume, o vento, mais sentimentalista vai e vem. sem ordem sem rumo...gostava de ser o relógio, mas por ora terei de me contentar em ser o vento... pelo menos até esquecer... certas personagens de um livro que está ainda a ser escrito e muito longe do fim...31/2/07

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